domingo, 15 de julho de 2012

Córsega - St Florent, Loto, Saleccia, Ille Rousse, Calvi, Giralata, Porto, Sant'Antonino

Achei um novo paraíso no mundo: Córsega ou Corse como eles dizem, ou ainda, Corsica em inglês.

Paraíso de praias, com águas azuis, transparentes, maravilhosas.

Mas também de montanhas rochosas estonteantes, se esticando da costa até as alturas, cortadas por tortuosas estradas que te levam ao mesmo tempo a belezas indescritíveis e curvas dignas de um email das "estradas mais perigosas do mundo".

Se fosse descrever em uma palavra, seria "autentica". Pela sua história, de muita luta, guerra e fuga para os "maquis", onde o povo sobreviveu, e com ele a cultura e os costumes.

Um povo que não aceitou ser dominado, brigou, apanhou, e sempre que não tinham mais como brigar pela ilha que sempre foi um ponto estratégico e objeto de desejo para romanos e tantos outros antes, subiam as montanhas praticamente intransponíveis, e se refugiavam até que pudessem expulsar os invasores.

Até hoje isso é presente. Placas escritas em Corse e Francês tem somente uma das línguas pichadas: qual?
E a bandeira que mais se ve por la?

Bandeira de Córsega

A cultura de morte, descrita no livro The Dream Hunters Of Corsica, de Dorothy Carrington, já não existe mais, mas sua herança sim, algo que ainda quero voltar e explorar mais.

A viagem começou em Bastia, a cidade do maior aeroporto da ilha, que não conheci além de atravessar em meu Peugeot alugado. Alugar carro é mais do que necessário, já que as distancias são grandes, o transporte publico pouco eficiente e os taxis uma fortuna. Decidi pelo carro quando vi o valor do taxi de Bastia a St Florrent, o primeiro destino: 70 a 90 euros pelas pesquisas. Optei pelos 220 por uma semana de carro alugado.

De carro na mão, pegamos a estrada e já na primeira montanha tive que parar... Esse inconveniente aconteceu na viagem toda! É tudo tão lindo, que a cada mirante ou vista nos víamos obrigados a sair do carro pra fotografar. :-p


Depois de 1 hora estávamos estacionados no nosso primeiro camping: D'Olzo - localização bem legal pra quem quer conhecer St Florent e ter uma calma praia pra curtir (Olzo). Alugamos um coque, que nada mais é que uma cabana de madeira com luz e tomada, e por 30/dia foi uma maravilha.

O camping tem piscina, restaurante e pizzaria (ótima pizza) e wifi gratuito rápido, coisa rara, além de um mercadinho com tudo o que você pode precisar, onde acabamos comprando de sacola térmica a esteira a colchão de ar.

Ao ler este post você pode ir olhando no mapa abaixo cada lugar que comento, e também baixar o KML para seu GPS.

View Corsica in a larger map


St Florent

A vila é charmosa e bonita, feita ao redor do pier, onde centenas de barcos exibem as bandeiras da França e de Córsega flamulantes. Em sua beira restaurantes e sorveterias artesanais se distribuem oferecendo menus "Corse" de 3 courses por 15 a 20 euros.

É de lá que partem os passeios para as praias Loto e Saleccia, por uns 16 euros ida e volta.



Loto e Saleccia

As duas fazem parte das mais belas praias da ilha, e ousaria dizer, do mundo.

O barco parte de St Florent e em menos de 1 hora esta em Loto, na costa da reserva nacional do Deserto de Agriates. A partir do pier você esta a sós com a natureza!

Apesar de popular, no começo de junho (inicio da media temporada) estava tranquilo. Chegamos e fomos diretamente a Saleccia, o que era o programa Top 1 da viagem, e onde iríamos passar duas noites, mas mudamos de idéia e acabamos ficando no D'Olzo, que oferecia conforto e comida.

Infelizmente nesse dia o tempo virou e ventava MUITO, o suficiente pra deixar Saleccia menos paradisíaca, meio fria e com uma areia incomoda voando em nós. A trilha foi linda, mas nao ficamos muito na praia e resolvemos voltar pra Loto.

Existem duas trilhas: pela costa e por dentro. Como não poderia deixar de ser, o melhor é ir por uma e voltar pela outra, caso não siga viagem adiante. Digo isso pois nos planos iríamos fazer a trilha Sentier du Littoral (link 1), ou Coastal Path (link 2), que liga St. Florent a L'Ostriconi em dois dias de caminhada, dormindo em Saleccia, no Camping U Paradisu. Fica a recomendação, e deixe um comentário caso você faça essa!

As duas praias são maravilhosas e visitas imperdiveis na região! Leve sua bolsa térmica com a cerveja, um sanduíche, e aproveite as águas azuis transparentes e areias branquinhas.





Volta


Ile Rousse

Próximo a St Florent, essa vila charmosa oferece praia e conforto, com restaurantes na beira da areia, servindo sua gelada na espreguiçadeira, fazendo com que curtir o dia todo ali seja algo facílimo! As águas são tão belas quanto ao redor de toda a ilha, e o canto esquerdo ainda guarda mais surpresas!

Ali onde se vê uma torre e um farol de longe, mora uma costa maravilhosa, onde pode-se nadar mais isoladamente em uma paisagem estonteante! Subir até o farol é obrigação (e é rapidinho), e a vista também é maravilhosa. No caminho, vale passear pelas pequenas ruas forradas com lojistas e restaurantes, e ver os locais jogando bocha na praça.


Lozari


A proxima parada foi o Camping Le Belgodere, diferente de todos que ja me hospedei. Ao inves de usar a barraca, alugamos o que eles tem espalhado por todo o terreno, que sao tendas de lona emborrachada, grandes, com quartos, geladeira, fogao e varanda com mesa. Um grande conforto pelos mesmos €30,00/dia. Realmente vale a pena ficar nesse camping!
O camping fica proximo a praia de Lozari, que eh bem bonita, apesar de nao ser a mais linda de todas. Estava ventando muito quando fomos, entao a dica nessas situacoes eh ir para o canto, onde existe o abrigo natural da montanha, e fica muito mais confortavel.


Porto (Giralata, D81b, U Nichjaretu)


Da nossa nova base (Belgodere), partimos para uma viagem rumo a Giralata, que sabiamos ser um lugar maravilhoso. A distancia nem eh tao grande (menos de 100km), mas as tortuosas curvas em ladeira acima e abaixo das estradas da regiao, com as constantes paradas para fotos e para admirar as paisagens incriveis, nos fazia ter uma velocidade media de 40km/h.
Chegando em Giralata percebemos que faltou um pouco mais de pesquisa. Para se chegar a praia, soh a pe ou de barco. A primeira forma eh por uma trilha de 7km ladeira abaixo de um barzinho na estrada, e a segunda por Porto, que foi pra onde seguimos viagem.


Porto eh realmente uma vila muito charmosa! (e meio cara)
Super pequena, tem uma praia que nao eh bem pra banho, barcos e mais barcos, e muitos restaurantes. Ali eh possivel alugar um bote e ir passear pela regiao de Giralata e Scandola, que eh uma reserva natural, e para isso nem habilitacao eh necessaria! O bote com motor pequeno pode ser alugado por qualquer um.
Na volta de Porto resolvemos pegar a estrada D81b a partir da regiao de Galeria, e fomos pela costa ateh Calvi. Nao podiamos ter feito escolha melhor!!!

Caminho da D81b com fotos!

A estrada nos fez para para tirar fotos e saborear a vista diveeeeersas vezes. Um lugar mais bonito que o outro, ateh que achamos o ideal para parar e curtir uma praia deserta: U Nichjaretu.




Esse eh o nome do restaurante, a unica coisa presente na praia de pedras, que acredito tambem ser o nome da praia. Nao tem numero, nao aparece no Google Maps, mas eh a coisa mais linda! Ali ficamos um bom tempo curtindo a agua verde, as montanhas rochosas e depois saboreando um belo sorvete no restaurante.
A descricao pode fazer pensar em um restaurante rustico... nao. Eh um belo restaurante, com uma vista incrivel! Se estiver em Calvi, vale a pena ir pra la.

Calvi


Calvi eh uma cidade mais viva e noturna do que as outras que visitamos. Comecamos pelo alto, na Notre-Dame de la Serra, igreja no alto da montanha que tem uma vista espetacular de Calvi e da região.



De la partimos para Calvi e vimos o por do sol de dentro dos muros medievais.
Diz a lenda que Cristóvão Colombo nasceu ali.
Depois de anoitecer andamos pela rua dos restaurantes na beira-mar, com varias opções de bares e boites, e comemos uma bela pizza antes de voltarmos para o Belgodere.



Sant'Antonino


Nosso ultimo dia foi dedica a uma pequena vila, Sant'Antonino. Diz a lenda que eh uma das mais preservadas vilas de Córsega, e eh muito legal conhece-la. Super pequena, instalada no "meio do nada", em cima de pedras no topo de uma montanha, mostra um pouco de como as coisas eram em Corsega ha tempos atras. As casas construídas em meio as rochas, como se elas fizessem parte das paredes, as ruelas tortuosas e circulares que levam a cada curva uma vista mais bonita da região.
Almoçamos no restaurante "A Porta" ( 04.95.55.64.37 ) onde apreciamos o menu Corse saborosíssimo, com uma vista sensacional.
A dica eh pesquisar bem qual o caminho para chegar la de carro. O GPS nos levou a uma estrada instransponivel em carro pequeno, e acabamos caminhando ate la, o que foi agradavel, mas depois vimos que tinha outro caminho.
Logo na chegada, vale a pena tomar um suco natural para recompor as energias e comecar o tour.




A partida


No ultimo dia partimos de volta a Bastia para ir embora. Uma viagem maravilhosa chegando ao fim... mas, antes de terminar, ainda cruzamos essa incrivel cidade em miniatura feita por algum artista que ali morava.



Uma semana foi pouco tempo! Conhecemos rapidamente o norte da ilha, mas nem ele por completo, e ainda tem MUITO mais pra ver ao redor da ilha toda. Nao sei porque Corsega nao eh um destino famosissimo de turismo. Os franceses adoram e vao sempre, os italianos tambem conhecem e aparecem por la, mas o resto...
Bom, eu quero voltar e passar mais 15 dias continuando de Porto pra baixo, conhecendo todo o litoral Sul, que tambem eh incrivel.

Todas as fotos abaixo e tambem na nova pagina no Facebook!