quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Pico dos Marins - São Paulo

Fiz esta viagem já faz algum tempo, em outubro de 2008, mas o blog não existia e acabei não postando aqui.
O Pico dos Marins é o mais alto que fica inteiramente dentro do Estado de São Paulo. Ele perde para o Pico da Mina, por exemplo, que fica entre SP e Minas Gerais.
O Pico tem 2420 metros de altura, e fica no município de Piquete. O acesso até o início da trilha é fácil e pode ser feito por qualquer carro.
Para chegar de São Paulo até o Pico dos Marins:
Dutra - Saída 51
BR 459 - Passar por Piquete e logo depois (menos de 1km) pegar a estrada José Rodrigues Ferreira à direita, para chegar à Vila do Marins.
Passando o portal de Marmelópolis, logo a direita é o acampamento base.

Já no acampamento base, deixe seu carro, negocie o preço com o Milton, e bata um papo com ele para conhecer melhor o que você terá pela frente.

Apesar de eu ter levado o GPS para essa viagem, tinha comprado ele há menos de 1 semana, e mal sabia usar. Resultado: praticamente não usei, e o caminho tortuoso, demarcado por rochas empilhadas ou marcações bem toscas nas pedras, facilitou que nós 3 errassemos o caminho duas vezes na ida, e mais uma na volta.
Recomendo levar um GPS com uma track bem feita (que não é o caso da minha), ou subir com um guia.

A subida é realmente linda! A paisagem da mantiqueira vista cada vez mais do alto é de tirar o fôlego!
Subimos em um dia muito quente e com muita bagagem (barraca, fogareiro, pratos e talheres, comida, água, etc..) o que dificultou muito nossa velocidade.

Depois de aproximadamente 4 horas de subida e um erro, já estávamos bem cansados, e estávamos chegando nas subidas mais íngremes da aproximação do cume. Na quinta ou sexta hora, erramos o caminho novamente, em um grande charco que fica próximo ao ataque ao cume. Neste local o tempo fechou e começou a chover de leve, o que provocou um misto de calor e suor fortes sob o anorak, com muito cansaço e exaustão com o erro do caminho, que nos fez saltar de pedra em pedra no meio do charco, atolando o pé em lamas, com vegetação da nossa altura. A sensação foi de esgotamento geral.

Neste ponto, tão perto do Marins, desistimos de continuar subindo e procuramos o local mais próximo para acampar: uma pedra mais plana e ampla, que cabia bem nossa barraca.

O caminho tem essa peculiaridade. Quando você erra, ele é complicado de se caminhar. A vegetação entre as pedras é muito alta, por mais que não pareça, e quando você não consegue passar de uma pedra a outra, tem que entrar nessa vegetação, e passar um bom perrengue pra sair em algum lugar correto!

Paramos no vale que antecede o cume, montamos a barraca e o fogareiro, arrebentados de cansados, e começamos a fazer nosso macarrão. Problema: água.
Onde estacionamos não tinha água limpa. Tinham algumas passagens de água pouco corrente sobre as pedras, que tivemos que pegar com muito custo para pode fazer o macarrão, fervendo antes, para não ter muito problema. No dia seguinte viríamos descobrir um ponto de água próximo, mas com nosso erro não encontramos.

Dormimos ali mesmo, no vale a beira do Marins, em uma noite incrível, com nuvens cobrindo a lua como se fosse o sol, criando sombras estranhas, depois limpava, e num instante uma massa de névoa vinha em nossa direção e cobria tudo, como se estivessemos em meio à serra na neblina. Demais!
Algumas pessoas que desistiram pouco antes de nós passaram um belo perrengue nesta mesma noite. Eles estavam na área elevada, antes de nosso vale, e a noite foi de um completo vendaval, que fazia a barraca deles encostar em seus narizes durante a noite! Fica a dica: acampe no vale.

Apagamos e no dia seguinte acordamos nos perguntando se deveríamos atacar o cume ou voltar, afinal, era domingo.
Achamos que poderíamos levar muito tempo para subir e resolvemos não arriscar. Descemos em metade do tempo da subida, o que nos deu certo arrependimento de não ter deixado a bagagem e subido leve até o cume. Valeria a pena!
Sim, voltamos sem alcançar o cume, mas com a promessa de voltar!

Veja as fotos, e acesse o GPS Track com nossos erros no EveryTrail.



sábado, 28 de novembro de 2009

Travessia da Serra Negra - Itatiaia

Dessa vez a trilha foi a travessia da Serra Negra, recém aberta no Parque Nacional de Itatiaia. Com mais 4 amigos, partimos rumo à trip no dia 19/11, quinta-feira, véspera do feriado da Consciência Negra, de São Paulo.

O percurso

SP - Itanhandú, com viação Cometa. - R$39,58
Pernoite em Itanhandú no Hotel Terra Sul - R$30,00 com café da manhã.
Ônibus para Itamonte - R$2,50
Taxi para a Pousada Alsene (Uno com 5 + o motorista) - R$50,00
Trilha
Pernoite na propriedade do Sr. Anísio - R$70,00 com jantar e café da manhã.
Trilha
Pernoite em Maromba - R$25,00 com café da manhã.
Ônibus Maromba - Resende, com ônibus de linha - R$5,40
Resende - SP, com viação Cometa - R$58,48

Observação
O primeiro e importante ponto a se destacar é que existem dois caminhos para se fazer esta travessia:
1) Pela trilha que se inicia na Pousada Alsene.
2) Pela trilha que passa atrás do Pico das Agulhas Negras.
Quando planejamos a viagem, não encontramos essa informação clara em nenhum lugar, o que nos fez seguir pela trilha que mais encontramos informações: via Pousada Alsene.
O fato é que esta trilha é mais curta, e não passa dentro do Parque Nacional, e ao que tudo indica, também deixa de fora alguns lugares muito legais para se conhecer, como cachoeiras e o próprio Pico das Agulhas Negras. Nem preciso dizer que mesmo assim é uma beeeeela viagem!

A travessia (GPS Track)

Começamos nossa jornada às 7h15, pegando o ônibus que liga Itanhandú à Itamonte. Em menos de 1 hora estavamos saindo do ônibus e perguntando aos taxistas quanto cobrariam para nos levar até "lá em cima". Um deles queria cobrar R$80,00, enquanto outro cobraria 30,00 até o pé da estrada (bolsão, algo assim...) e mais 0,70 por km rodado dali em diante, já que não sabia bem onde era a Pousada Alsene. Entramos em 5 no Uno dele, e subimos o morro!
Chegando na Pousada Alsene, que está lacrada pelo Ibama, percebemos que talvez um guia estaria fazendo falta. Não sabíamos onde começava a trilha, mas o GPS nos salvou, e foi assim até o fim. Ou você leva um GPS ou contrata um guia. Essa não é uma travessia que dá pra fazer "na raça".




No primeiro dia, a travessia cruza vários pontos de água, portanto é possível caminhar carregando pouca água, para minimizar o peso. A paisagem da Serra da Mantiqueira é realmente linda, com cachoeira, rios, e uma bela vegetação.




Chegamos à propriedade do Sr. Anísio por volta de 12h30. Sim, muito cedo! Fizemos esse trecho em pouco mais de 3 horas, em um ritmo tranquilo, e por ser só descida, vai rápido mesmo.
A Pousada Alsene fica a 2.400 metros de altitude, e neste primeiro dia descemos 1 km, que seria subido novamente no dia seguinte.


No primeiro dia é só descida, mas sobe tudo no segundo... e desce novamente!

O pernoite no chalé da Dona Sônia (filha do Sr. Anísio) foi tranquilo. Um chalé bem limpo, pequeno e com bastante inseto pra nos picar durante a noite (vale levar um repelente ou inseticida).
Lá fizemos nosso almojanta: salada, arroz, feijão, peixe frito (truta) e farofa. Muito bom!




No dia seguinte, a Subida da Misericórdia.
O início da trilha do segundo dia é subida pura! Sobe-se de volta aos 2300 / 2400 metros de altitude, dando uma cansada boa logo de cara. Dali em diante é um belo trecho plano e então começa a descer até chegar em Maromba.

Chegando em Maromba fomos direto à cachoeira do Escorrega, uma subida para dar a última cansada depois de 2 dias de caminhada, recompensado pelo grande escorrega nas pedras! Revigorante!
Em Maromba as pousadas são bem simples e baratas. Deixamos as malas no quarto, tomamos um belo banho e fomos para nosso segundo almojanta. Esse sim, de primeiríssima qualidade!
Vale a pena comer no restaurante e cachaçaria do Seu César! (não lembro o nome, mas é amarelo e você vai passar na frente)
Terminamos a noite tomando cerveja no bar da praça e depois dormimos para partir rumo a Resende às 9h00 da manhã.

Confira todas as fotos da viagem abaixo e baixe o GPS TRACK.(Waypoints via Tacio Philip)


sábado, 25 de julho de 2009

Serra da Canastra

Hoje começa este singelo blog, onde vou divulgar minhas viagens e as tracks de GPS de cada uma delas, sempre através do site EveryTrail.com

Fui para a Serra da Canastra com meu amigo Guaíra, no final de Junho, logo que tirei minhas férias.
Já havia ido uma vez a Delfinópolis, que fica próximo ao Parque Nacional e tem centenas de cachoeiras, mas não tinha conhecido o parque. Desta vez fui a São Roque de Minas, para conhecer a parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra, onde se encontra a famosa cachoeira Casca D'Anta.

Acampei no Camping da Picareta, do Sr. Francisco Chagas, o Seu Chico Chagas, um senhor extremamente simpático, que adora convidar seus hóspedes para tomar um gole de água benta (cachaça com Sassafraia) e comer um queijo Canastra em sua casa, enquanto ele conta suas histórias e impressões sobre o mundo e a natureza que abençoa sua terra.
Depois de tantos goles de água benta, acabei comprando uma garrafa que o próprio Chico faz, para trazer de volta a São Paulo. Diz ele que é um ótimo remédio anti-inflamatório, e que deve-se tomar um gole antes das refeições, e antes de fazer um trilha, quando você sente a Sassafraia trabalhando no seu corpo.
O camping é um grande pasto que conta com 4 chuveiros com banheiro, e mais um banheiro sem chuveiro. Já ouvi dizer que quando lota, tem muita gente lá, e imagino que o banheiro não dê conta, mas como fui fora de época, não tinha absolutamente ninguém no camping, que virou um hotel 5 estrelas! rs

A região de São Roque de Minas tem muitos e muitos passeios para serem feitos, com diversas cachoeiras por toda a região. No curto tempo que fiquei, pude conhecer algumas que descrevo a seguir. Uma coisa que me chamou a atenção e que não sabia, é que tudo por lá é feito de carro. As cachoeiras são longe umas das outras, e mesmo dentro do Parque Nacional, a locomoção é de carro. Meu Palio Adventure aguentou bem o tranco, mas tem algumas partes de estradas que são um pouco penosas. As trilhas para as cachoeiras, por este motivo, são bem fáceis e curtas, já que o carro costuma chegar perto.

Parte alta do Parque Nacional (GPS Track)
É la que se encontra a Nascente do Rio São Francisco e a parte de cima da cachoeira Casca D'Anta, além da Cachoeira Rolinhos, que é muito bonita e cheia de peixinhos.

Mapa enquadrado no Centro de Visitantes

Cachoeira Rolinhos e seus peixes

Alto da Casca D'Anta



Alto da Casca D'Anta


Cachoeira Cerradão (GPS Track)
Essa cachoeira vale a visita! Realmente muito bonita!
O caminho para chegar nela é um pouco enrolado, mas tranquilo, e a trilha é fácil.


Cachoeiras do Capão Fôrro
Esta reserva particular cobra R$10,00 de entrada e têm 5 cachoeiras bem próximas umas às outras. Pode-se fazer até rapel por lá (acho que com reserva com alguma agência de turismo).
Fica próximo ao Camping da Picareta.
E antes de ir embora, faça a trilha do próprio camping, e pergunte para o Seu Chico como encontrar a Picareta, que foi cravada na pedra por um escravo, e lá está até hoje.
Boa viagem!

Final de tarde no Parque Nacional

Veja todas as fotos aqui: